segunda-feira, 23 de março de 2009

Bases Metodológicas do Treinamento Esportivo

Texto: Daniely Godinho - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O treinamento esportivo possui uma lógica conceitual, ou seja, e necessário ter uma metodologia de trabalho, saber quais são os melhores exercícios, e os objetivos a serem alcançados.

Para montar um programa de treinamento esportivo é  necessário entender que o atleta possui vários estados de treinamento (o físico, o técnico, o tático, o cognitivo e o psicológico) traçando metas para melhorar esses estados de treinamento, contribuindo para uma adaptação mais eficaz.

O tempo todo o atleta sofre estímulos variados ao longo de um treinamento, respondendo a esses estímulos de forma positiva ou negativa, tendo como objetivo manter o equilíbrio de seu organismo.

Quando o atleta responde de forma positiva a esses estímulos, dizemos que seu organismo está adaptando ao treinamento. O processo de adaptação está diretamente relacionado com os fatores bioquímicos, cardiopulmonares, neuromuscular e psicológico.

Com o objetivo de adaptação do atleta ao treinamento, alguns fatores são de suma importância na montagem do cronograma de treinamento, tais como:

*tipo de exercício;

*Intensidade;

*Duração;

*Tempo e tipo de descanso;

*Número de repetições;

*Aspectos Endógenos: idade, aspectos genéticos, constituição física, estado de treinamento;

*Aspectos Exógenos: alimentação e ambiente.

O atleta melhora seu estado de treinamento através do processo de supercompensaçaõ.

Segundo Bompa (2002), supercompensaçaõ é a relação entre estímulo e recuperação como fundamento biológico para a excitação física e psicológica.

O processo de supercompensaçaõ possui 4 fases:

1-fase da fadiga: o atleta sofre um estímulo iniciando um determinado exercício de força com sobrecarga X, sofrendo depleção de energia e acúmulo de ácido lático no sangue e nas células;

2-fase da recuperação: ocorre a reposição de reservas bioquímicas para além das quantidades necessárias;

3-fase da supercompensaçaõ: o organismo compensa totalmente a depleção, melhorando o desempenho físico.

4-fase da regressão: essa fase acontece quando o atleta alcança a fase de supercompensação e não ocorre o emprego de um novo estimulo, retornando sua condição física do estágio normal. Dizemos nessa fase que o atleta não obteve os benefícios da fase da supercompensação.

O processo de supercompensação possui as seguintes características:

*relação entre estimulo e recuperação;

*perturbação da homeostase;

*recuperação acima do nível anterior;

*mecanismo básico de elevação funcional;

Para verificar a melhora de condição física do atleta, o técnico pode utilizar, por exemplo,  a medição de freqüência cardíaca, a quantidade de ácido lático no sangue, o desempenho nas sessões posteriores, entre outros.

O quadro ideal para o atleta alcançar os resultados positivos de um treinamento é o emprego de estímulos consecutivos logo após alcançar a fase de supercompensação.

O atleta realiza vários exercícios enquanto se prepara para uma competição. De acordo com o tempo de execução desses exercícios, ocorre a variação de fontes de energia, sobrepondo o metabolismo ao longo do tempo.

Para direcionar o tipo de estimulo e o tipo de treinamento que aquele atleta realizará, é necessário conhecer a intensidade predominante no esporte escolhido, facilitando assim a adaptação do atleta ao treinamento.

Cada tipo de treinamento proporciona determinados benefícios para o atleta, são eles:

1-Treinamento aeróbio:

-adaptações metabólicas:

– Aumento quantitativo e qualitativo da capacidade mitocondrial;

– Aprimoramento na capacidade de mobilizar, transportar e oxidar os ácidos graxos;

– Maior capacidade de oxidação dos

Carboidratos;

– Aprimoramento das fibras musculares.

Adaptações cardiovasculares:

– Hipertrofia cardíaca;

– Aumento do volume plasmático;

– Adaptações na freqüência cardíaca;

– Aumento do volume sistólico;

– Débito cardíaco;

– Aumento da extração de oxigênio;

– Melhor fluxo e distribuição do sangue.

- Adaptações pulmonares

– Melhora na resistência ventilatória;

– Redução no equivalente ventilatório.

2-treinamento anaeróbico:

- Maiores níveis de substratos anaeróbios: ATP/,

PC e glicogênio;

- Maior quantidade e atividade das enzimas que

controlam o metabolismo anaeróbio;

- Maior capacidade de gerar altos níveis de

lactato sanguíneo.

O processo de adaptação torna-se mais eficaz quando se conhece o tipo de metabolismo predominante do esporte, sendo assim  possível estimar o tempo de fadiga , o tempo de recuperação e o tempo de supercompensaçao ,sendo neste momento empregado um novo estímulo beneficiando o atleta em sua condição física.

Para manter a condição física de um atleta é necessário o emprego de estímulos consecutivos ao longo dos anos de treinamento. Quando o atleta decide parar de treinar seja por doenças, lesões ou fim da carreira esportista esses estímulos são interrompidos. Ele entra na fase de Síndrome do Decréscimo do Estado de Treinamento ou Destreinamento. Durante o período de transição é ocorre uma diminuição gradativamente do emprego desses estímulos visando manter a saúde física e psicológica desse atleta.

O atleta na fase de destreinamento pode apresentar distúrbios funcionais (dor de cabeça, insônia, exaustão, falta de apetite, depressão, falta de habilidade física, dentre outros).

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