domingo, 28 de junho de 2009

Resumo de artigo: Alterações da resistência aeróbia em jovens futebolistas em um período de 15 semanas de treinamento

Juvenilson de Souza; Sérgio Miguel Zucas. Alterações da resistência aeróbia em jovens futebolistas em um período de 15 semanas de treinamento. Revista da Educação Física.

Texto: William Campos - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Introdução

O futebol como esporte de alto-rendimento requer dos futebolistas exigências relacionadas aos aspectos técnicos, tático, físico e psicológico.

Os aspectos técnico e tático são relatados pelos técnicos como os mais importantes para o rendimento atlético, mas (REILLY, 1996) relata que, parte dessa importância tem sido dada ao condicionamento físico específico dos futebolistas.

A resistência aeróbia, que é expressa pelo consumo máximo de oxigênio (VO2máx), é uma capacidade motora importante para que aconteça um melhor nível de desempenho físico do futebolista, sendo imprescindível no programa anual de treinamento.

O valor ótimo de consumo máximo de oxigênio de um futebolistas é um indicador de boa capacidade do organismo para tolerar a longa duração do jogo.

Os objetivos do artigo são: estudar as alterações da resistência aeróbia em jovens futebolistas submetidos ao treinamento durante 15 semanas e analisar o consumo máximo de oxigênio em jovens futebolistas, considerando-se a posição de jogo.

Material e Métodos

Participaram do estudo 37 jovens futebolistas, com idades de 16 a 19 anos, eles foram submetidos a um programa de treinamento de cinco dias por semana, duas vezes por dia, com sessões de treinamento de aproximadamente duas horas. O estudo seguiu a periodização de Matveev (1986) e foi desenvolvido durante o período de preparação.

Os atletas participantes do estudo não poderiam apresentar nenhuma limitação que pudesse prejudicar o desempenho na realização dos testes.

Coleta de dados

Os indivíduos foram submetidos a duas avaliações: pré e pós-treinamento. O pré-treinamento foi realizado no inicio do estudo e o pós-treinamento, após 15 semanas de treinamento.

Consumo máximo de oxigênio (VO2máx)

O consumo máximo de oxigênio foi estimado a partir do teste de YO-YO

Intermitente de Resistência Bangsbo (1996). O teste tem como objetivo fazer o

avaliado correr o máximo de tempo possível, em regime de ida e volta, em um espaço demarcado de 20m, onde o avaliado deve se deslocar de uma extremidade a outra com pausa de cinco segundos, todas as vezes que retornar ao ponto de partida. A velocidade é imposta por sinais sonoros. A chegada do atleta a um ou outro lado do corredor em linhas demarcadas no

solo tem que coincidir com o sinal sonoro. O intervalo entre os sinais sonoros diminui a cada minuto e o sujeito é obrigado a aumentar ligeiramente a velocidade para continuar a chegar a tempo aos extremos do corredor. O teste termina com a desistência do atleta ou com a sua incapacidade para acompanhar o ritmo imposto pelo teste.

Resultados e discussão

Analisando os resultados obtidos no trabalho nota-se diferenças significantes entre os goleiros e os atletas das demais posições para os resultados do pré-treinamento. Nas outras posições de jogo, a variação do VO2máx foi pequena. No pré-treinamento, os valores mais baixos foram os dos zagueiros e os mais altos, os dos volantes e dos laterais. No pós-treinamento, os valores mais baixos foram os dos zagueiros e os mais altos, os dos volantes e dos atacantes.

Os resultados parecem indicar que as exigências do condicionamento físico aeróbio de jovens futebolistas são semelhantes, ou até superiores às de futebolistas profissionais. Em equipes disciplinadas e organizadas taticamente, parece haver uma tendência de adaptações especificas a posição de jogo e à função tática.

Bangsbo (1994a) sugere valores médios para jogadores de futebol entre 55 e70ml/kg/min. Já outros autores, como Ekblom (1986) e Vanfraechem; Thomas (1993) dizem que valores de VO2máx entre 65 e 67ml/kg/min são ideais para o futebolista suportar os esforços físicos durante os 90 minutos. Em vista disso, verifica-se que os futebolistas deste estudo apresentaram valores adequados de VO2máx, o que indica um bom condicionamento físico aeróbio.

A produção de energia anaeróbia também é um fator determinante para o bom desempenho do futebolista, e para um melhor desempenho físico do futebolista, durante os 90 minutos de jogo, é necessário o desenvolvimento específico dos metabolismos aeróbio e anaeróbio, para proporcionar ao atleta condições de realizar os deslocamentos, principalmente os de alta intensidade, do início ao final do jogo.

Em relação às alterações do VO2máx, se comparados os resultados do pré com o do pós treinamento, existem diferenças significantes dos goleiros e dos atacantes, com aumentos de 4,71 e 8,60%, respectivamente. Foram notadas melhorias em todas as outras posições de jogo. Resultados semelhantes ao do estudo desse artigo foram observados por Silva et al. (1997b), que estudaram futebolistas profissionais e encontraram um aumento de 6% do VO2máx após 15 semanas de treinamento físico específico. Bangsbo (1994a) analisou futebolistas dinamarqueses e verificou um aumento de apenas 3% no VO2máx. Já Berg; Lavoie e Latin (1985) estudaram os efeitos fisiológicos do treinamento em jovens futebolistas, durante nove semanas, e não encontraram diferenças significantes para o VO2máx, mas apenas uma pequena melhora do pré para o pós-treinamento.

A capacidade aeróbica máxima é um fator importante para o desempenho físico de futebolistas. Além disso, níveis elevados de VO2máx exercem um papel secundário na recuperação da energia proveniente do sistema anaeróbico aláctico (ATP-CP), responsável por considerável fornecimento de energia durante estímulos de alta intensidade, e também pela remoção mais eficiente do ácido láctico nos momentos de repouso ativo e/ou na diminuição da intensidade do exercício durante o jogo.

O futebolista deve ser capaz de manter o mesmo nível de desempenho físico, técnico e tático durante todo o jogo. Portanto, o treinamento físico deve objetivar adaptações no metabolismo anaeróbio-aeróbio e, conseqüentemente, o aumento da capacidade do futebolista de suportar esforços físicos, por um tempo prolongado, variando a sua intensidade.

Considerações Finais

O presente estudo revelou diferenças nos resultados relacionado as posições de jogo que podem ser importantes para a prescrição do treinamento. Os futebolistas que atuam nas posições de lateral, de meia e de volante apresentam uma maior exigência da resistência aeróbia, já que eles são solicitados a executarem um maior volume de deslocamentos em alta e baixa intensidade.

Em relação às alterações do VO2máx, os futebolistas que atuam nas posições de goleiro e de atacante apresentaram aumentos significantes. Porém, os futebolistas de todas as posições de jogo apresentaram melhoras. Assim, com os resultados desse estudo, pôde-se inferir que 15 semanas de treinamento proporcionaram alterações importantes na resistência aeróbica (VO2máx). Os resultados encontrados, em relação às alterações do VO2máx, devem servir de alerta para os técnicos e preparadores físicos sobre a importância de um programa de treinamento que desenvolva harmonicamente as capacidades motoras necessárias aos futebolistas, nas suas diversas fases de treinamento.

Análise crítica do artigo: O artigo Alterações da Resistência aeróbia em jovens futebolistas em um período de 15 semanas de treinamento, mostra como no futebol moderno é cada vez mais importante que os jogadores além de terem uma técnica apurada, tenham também um condicionamento físico excelente. Apesar de tratar com mais ênfase da resistência aeróbia, o artigo frisa também que a resistência anaeróbia também tem sua importância dentro de um treinamento de uma equipe de futebol, e por tanto um treinamento de uma equipe deve desenvolver todas as capacidades motoras necessárias durante um jogo de futebol. Essa ênfase dada hoje em dia ao condicionamento físico dos jogadores faz com que a técnica seja muitas vezes considerada menos importante do que a força e o condicionamento físico, o que faz com que surjam desde as categorias de base jogadores cada vez mais fortes, altos preparados fisicamente e menos técnicos. Mas mesmo com tanto treinamento físico, ainda surgem jogadores franzinos como por exemplo o argentino Messi (favorito para ser eleito o melhor jogador do mundo atualmente) que mostram que a técnica talvez ainda seja o mais importante e bonito do futebol.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Capacidade coordenativas

Texto: Cristiano Carvalho Sales - Aluno do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Dentro das pesquisas na área de Treinamento Esportivo as Capacidades Coordenativas seria a que tem estudos mais recentes. Sua capacidade trabalha o cognitivo, SNC, e o processo de memória. Devido a estes estudos serem muito recente ocorre a falta de padronização de conceitos.

A melhor fase da vida para se trabalhar e desenvolver seria na faixa dos seis aos doze anos de idade.

Capacidades Coordenativas seria a capacidade de fazer movimentos juntos, regulados pelo SNC.

A Coordenação Motora que esta mais relacionada com a técnica, seria a harmonização do processo de se movimentar, assim com a melhor técnica se tem um menos gasto energético para realizar uma ação. Com isso as Capacidades Coordenativas devem ser desenvolvidas em primeiro lugar, pois quanto mais complexo o movimento maior será as capacidades requisitadas. O desenvolvimento é muito rápido na fase dos seis aos doze anos de idade e logo depois o adolescente passa por uma fase conturbada de adaptação e após os quatorze anos volta a desenvolver mas logo já estabiliza.

Os Componentes das Capacidades Coordenativas são:

  • Operações Minemônicas - que esta relacionado com a memória.
  • Operações Perceptiva - que esta relacionada com a utilização dos sentidos
  • Operações Eferentes- que esta relacionada a forma de você processar uma resposta
  • Operações Cognitivas- que esta relacionado com o processo a informação do SNC

Dentro das capacidades de aprendizagem Motora temos sete capacidades que são fundamentais, sendo cinco para condução que esta ligado a movimentos fechados são elas: Acoplamento, Diferenciação,Equilíbrio, Orientação, Ritmo. E mais outras cinco para adaptação que esta ligadas a movimentos abertos são elas: Equilíbrio, Orientação, Ritmo, Reação, Mudança.

OBS:Uma capacidade não exclui a outra.

Acoplamento- Unir movimentos parciais diferentes do corpo, tornando uma só seqüência.

Diferenciação- Dosar o movimento, economia de energia.

Equilíbrio- Manter o recuperar o movimento do corpo( estático ou dinâmico)

Orientação- Determinar o espaço disponível, ex:capoeira, e utilizar da melhor maneira.

Ritmo- adaptar a um ritmo externo.

Reação- relaciona com velocidade.

Mudança- Adaptação do programa de ação as novas situações.

Para o Treinamento das Capacidades Coordenativas

A elaboração de informação Aferente( ótico,auditivo,tátil,cinestesico,vestibular) é primeiramente pouco exigido e depois variável.

A elaboração de informação Eferente(motricidade grossa e fina) é mais exigida.

E assim traçar as atividades do conhecido ao desconhecido, do fácil ao difícil, simples para o complexo, da percepção geral para a especifica.

Treinamento de flexibilidade

Texto: Daniela Siqueira - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Flexibilidade é a capacidade de executar movimentos com grande amplitude, por si mesmo ou por força externa, em uma ou mais articulações. Quanto maior a complexidade de um exercício, maior é a exigência da flexibilidade.

Alguns fatores podem afetar a flexibilidade, são eles:

  • Sexo: Mulheres, por questão hormonal, são mais flexíveis que os homens;
  • Idade: Com o aumento da idade ocorre uma diminuição da flexibilidade, já que concentração de água nas fibras musculares diminui consideravelmente (ressecamento das fibras)
  • Aquecimento: Com temperaturas musculares elevadas, a flexibilidade aumenta. Por causa da maior irrigação sanguínea do músculo, o que possibilita uma maior elasticidade das fibras.
  • Hora do dia
  • Força: A falta de força muscular adequada inibe a amplitude de vários exercícios. (Pecchtl 1982)
  • Fadiga muscular
  • Tônus muscular: Se o atleta não estiver relaxado, a amplitude fica limitada.

Existem seis tipos de flexibilidade: Geral, Específica, Estática, Dinâmica, Passiva e Ativa.

A flexibilidade geral é a quantidade de mobilidade de todas as articulações corporais. Não é específica de para uma modalidade esportiva. A específica são movimentos articulares ideais e de qualidade para uma melhor mobilidade em determinada modalidade esportiva.

A flexibilidade estática requer a manutenção de determinada posição articular por um determinado período de tempo. A dinâmica é realizada em movimento que exige uma velocidade normal ou rápida. A passiva é realizada com ajuda externa, forçando a articulação e por último temos a ativa que determina uma amplitude máxima de movimento possível de ser alcançada em uma articulação através da contração da musculatura agonista e o respectivo alongamento do antagonista.

A flexibilidade é importante pois otimiza as técnicas de treinamento e de recuperação muscular, favorece a aprendizagem motora( possibilita maior harmonia dos movimentos); ajuda na economia dos movimentos( força, velocidade e resistência); auxilia na profilaxia de lesões e desequilíbrios musculares.

É importante lembrar que flexibilidade e alongamento diferentes. Alongamento são técnicas para manter ou aprimorar os graus de amplitude de uma ou mais articulações de maneira segura e eficaz.

O alongamento estático requer a articulação em determinada amplitude limite, sendo passivamente induzida pela gravidade, através da manipulação ou da aplicação de pesos, é feito em média por 20 segundos, em cada articulação. Esse tipo de alongamento apresenta um menor gasto de energia quando comparado com o balístico, causa menor dor muscular e promove um maior controle dos movimentos e alívio ao estresse muscular. Por outro lado é considerado monótono e não promove o aquecimento do músculo.

Movimentos rápidos e repetitivos no extremo da amplitude de movimento, onde o músculo é rapidamente alongado retornando imediatamente a seu comprimento normal, caracterizam o alongamento balístico. São considerados pontos positivos desse tipo de alongamento: o desenvolvimento do aquecimento muscular, a fácil aplicação, a especificidade do treinamento, é mais dinâmico e pode ser aplicado junto com o treino técnico. Já os pontos negativos são: tempo insuficiente para adaptação muscular, pode resultar em lesões, dores e aumento da ADM (alongamento rápido do tecido); dificuldade de alongamento do tecido conectivo (ação reflexa de contração muscular).

A Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP), envolve a pré-contração máxima do grupo muscular a ser alongado ou do grupo muscular antagonista. Esse método promove ou acelera o mecanismo neuromuscular através da estimulação dos proprioceptores. É considerado dos três métodos de alongamento o mais eficiente. É realizado da seguinte maneira:

1. A musculatura é alongada próximo ao limite máximo

2. Realiza-se uma contração isométrica máxima (3 a 5 segundos)

3. Relaxa-se a musculatura, a qual será passivamente alongada até o limite máximo, procurando manter essa posição máxima por mais tempo.

Esse tipo de técnica promove maiores alongamentos, melhora a circulação sanguínea, desenvolve força muscular, e aumenta o relaxamento muscular. Existem também algumas controvérsias sobre esse método: os indivíduos têm que estar bem motivados, é algumas vezes mais perigoso do que o alongamento estático por causar maior tensão no músculo, a monitorização tem que ser constante e possibilita a manobra de vassalva.

A correta execução dos exercícios de alongamento devem ser aprendidas e aplicadas de maneira efetiva nos alunos e/ou atletas.

Durante a periodização deve ser desenvolvida no período preparatório e mantida durante todo o período competitivo.

Treinamento de velocidade

Texto: Bruna Cristina FerreiraPinto - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Velocidade é a capacidade de executar movimentos em curtos intervalos de tempo.

Velocidade de reação é a resposta a estímulos (sonoros, visuais e tateis).

Velocidade de ação é a capacidade de manter movimentos acíclicos em alta velocidade.

Velocidade de freqüência é manter em alta velocidade e baixa intensidade movimentos cíclicos.

Velocidade e flexibilidade

Permite economia de energia e maior amplitude de uma passada em uma corrida por exemplo.

Velocidade e resistência

Influencia na duração, na técnica e no acumulo de lactato.

Velocidade e força

Pode se considerar a velocidade uma manifestação da força rápida.

O treino de velocidade é menor que o treino de força e resistência, porem possui grandes perdas com a idade. A hereditariedade interfere no treinamento de velocidade através das fibras musculares, o tempo de reação do individuo,assim como a força muscular, flexibilidade, técnica do movimento, reserva energética ,fatores psicológicos, o aquecimento muscular, a fadiga muscular, o gênero e a idade.

Os fatores energéticos

  • Fonte anaeróbia alática: ATP muscular e CP;
  • Fonte anaeróbia lática: usada em esforços extremos com o acumulo de lactato.

Fases da corrida em velocidade

  • Período de reação: estimulo
  • Aceleração: aumento da freqüência e da amplitude da passada
  • Velocidade constante
  • Desaceleração: falhas na coordenação neuromuscular e pouco fosfagênio no músculo.
  • Freqüência:numero de passadas
  • Amplitude:tamanho da passada.

Princípios do treinamento de velocidade

É um treinamento de alta intensidade, com especificidade no movimento e na distancia (corrida 100mt, 200mts...), sendo importante um aquecimento prévio e com duração que não leve fadiga prejudicando a velocidade.

O treinamento de velocidade não deve ser feito logo após um dia cansativo de trabalho, sempre no inicio da sessão de treino,este deve ser interrompido caso a velocidade de execução diminua. A intensidade de alta a máxima,com duração de 5 a 15 segundos,intervalo de 4 a 6 minutos,pequeno volume e de 2 a 4vezes por semana.

Desenvolvimento do tempo de reação

Reação simples: maior tempo de reação, é repetido depois de um estimulo sensoriomotor.

Reação complexa: reação acontece diante de um objeto ou pessoa em movimento.

Velocidade em crianças

Esse trabalho de velocidade para crianças de ser feito de forma lúdica, através de jogos de ração e partida,de mudanças de lugares, pegadores e competições de corrida.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Capacidades motoras

Texto: Tainára Vigato - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

As capacidades motoras são classificadas apenas de forma didática, pois na prática é quase impossível trabalhá-las de forma isolada.

Para qualquer movimento temos que pressupor a existência de certo número de capacidades baseadas em predisposições genéticas e que se desenvolvem pelo treino.

As capacidades motoras se dividem em: capacidades condicionantes e capacidades coordenativas.

- Capacidades Condicionantes: referem-se a processos energéticos, como resistência, força, velocidade, flexibilidade.

- Capacidades Coordenativas: referem-se a processos reguladores do sistema nervoso central; como: ritmo, equilíbrio, destreza, habilidade...

Alguns autores criam uma classificação intermediária ou mista, que se referem aos processos energéticos e reguladores do sistema nervoso central, como a flexibilidade.

Quando capacidades condicionantes se subdividem as, elas começam a se relacionar: força + velocidade – força rápida, resistência + força – resistência de força ou resistência anaeróbica, resistência + velocidade – resistência de velocidade...

à RESISTÊNCIA: é a capacidade psicofísica de suportar a fadiga ou de se recuperar rapidamente do esforço físico, ou seja, quanto tempo um indivíduo pode executar um trabalho com determinada intensidade. Refere-se à extensão de tempo que um indivíduo consegue desempenhar um trabalho com determinada intensidade.

A resistência pode ser classificada, de acordo com:

- Participação Muscular: Geral

Localizada

- Modalidade Esportiva: Geral

Específica

- Mobilização Energética: Aeróbia

Anaeróbia

- Duração: Curta

Média

Longa

- Relação com outras Resistência de Força

Capacidades Motoras: Resistência de Força Rápida

Resistência de Velocidade

à FORÇA: é a quantidade máxima de força que um músculo ou grupo muscular pode gerar em um padrão específico de movimento em uma determinada velocidade de movimento. Pode ser classificada em: Força Máxima (estática e dinâmica), Força Rápida e Resistência de Força (estática e dinâmica).

- Força Máxima: representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária.

- - Força máxima estática: é a maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária, contra uma resistência insuperável. Não há movimento, as forças se igualam e não há mudança de posição.

- - Força máxima dinâmica: é a maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária no desenvolvimento do movimento. Há movimento.

- Força Rápida: (potência) é a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo ou parte dele (braços, pernas) ou ainda objetos (bolas, pesos, esferas, discos) com uma velocidade máxima.

- Resistência de Força: Capacidade do organismo a resistir à fadiga, em caso de performance de força de longa duração.

à VELOCIDADE: É a capacidade de - em razão da mobilidade do sistema neuromuscular e do potencial da musculatura para o desenvolvimento da força - executar ações motoras em curtos intervalos a partir das aptidões disponíveis do condicionamento. É a capacidade de realizar um movimento num menor tempo possível.

A velocidade se divide em: velocidade de reação, velocidade de ação e velocidade de freqüência.

- Velocidade de Reação: é a capacidade de responder a um estímulo com uma ação no menor tempo.

- Velocidade de Ação: é a capacidade de realizar movimentos acíclicos com velocidade máxima e resistências baixas.

- Velocidade de freqüência: é a capacidade de realizar movimentos cíclicos com velocidades máximas com resistências baixas.

à FLEXIBILIDADE: é a capacidade e a característica de executar movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda que requeiram a movimentação de muitas articulações. É a máxima amplitude de movimento. Ela pode ser:

- Geral: nível médio de flexibilidade dos grupos grandes grupos musculares.

- Específica: grau necessário e ideal à prática de uma determinada modalidade esportiva.

- Ativa: maior amplitude de movimento possível de uma articulação, que pode ser produzida sem ajuda externa, através de rendimento muscular ativo.

- Passiva: maior amplitude de movimento conseguida com o auxílio de forças externas (auxílio de um parceiro ou aparelhos).

- Estática: é a manutenção de um estado de alongamento por um determinado período de tempo.

- Dinâmica: habilidade de se utilizar a amplitude de movimento na performance de uma atividade física em uma velocidade normal ou rápida.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Hipertrofia muscular

Texto: Aline Rosemarq - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM


Durante o treinamento de força ocorrem adaptações neurais e morfológicas, em relação a última se podem citar a hipertrofia, hiperplasia e a tipologia das fibras musculares. Hipertrofia consiste em modificações estruturais no músculo esquelético, que acarretam um aumento no diâmetro das fibras musculares (seção transversal). Esta classificada como hipertrofia transitória e crônica.


Hipertrofia transitória: acorre durante o treinamento e algumas horas após o exercício. Dessa forma causa um acúmulo de líquido dentro da célula


Hipertrofia crônica: aumento do tamanho muscular como consequência de um treinamento de longa duração. Aumentando assim o número e o tamanho das miofibrilas por fibras musculares.


Ocorre um aumento da área seccional transversal do músculo, da quantidade de proteínas contráteis e da densidade capilar por fibras musculares. Outras adaptações que se pode observa são uma diminuição no volume (densidade) de mitocôndrias, uma hipertrofia seletiva das fibras de contração rápida, a atividade enzimática do metabolismo anaeróbio acelera-se as concentrações de creatina muscular, creatina fosfato, ATP e glicogênio que se encontram no músculo aumentam e como conseqüência a essas modificações o sistema nervoso adapta um padrão de solicitação e sincronismo.


Para se ter uma hipertrofia muscular precisa-se de um planejamento do treinamento de força, com todas as suas peculiaridades, análise das necessidades (quais os grupos musculares trabalhados), as variáveis básicas do treinamento (carga, ordem e número de séries dos exercícios ), enfim a periodização. Com uma maior ênfase nesse treinamento de hipertrofia é necessário uma grande variedade de exercícios concêntricos e excêntricos, com intensidade variando entre alta e moderada (6 a 12 RM), um período de descanso inferior a 2 minutos e um alto número de séries sendo superior a 3 repetições.


O mecanismo da hipertrofia se dá: o individuo é exposto a certo nível de estresse (exercício)>>>> à contração à dano muscular (miofibrila)>>>>> à produção de metabolitos>>>> à respostas hormonais (GH e testosterona)>>>>> à sinalização para as células satélites*>>>>> à hipertrofia muscular.>>>>>* células satélites: células em seu estado latente.

Revisão: sistema neuromuscular

Texto: Carolina Morais - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O tecido muscular é uma parte do corpo humano que apresenta a contratibilidade como característica essencial, ou seja, quando submetido a um estímulo suas células encurtam-se. As células do tecido muscular têm origem mesodérmica e apresentam uma membrana, um citoplasma fundamental e um ou vários núcleos.Existem três variedades de tecido muscular: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco.

O tecido muscular liso é formado por células alongadas fusiformes, uninucleadas, contendo no citoplasma miofibrilas muito finas. Apresenta contrações lentas e involuntárias e é encontrado nas paredes do tubo digestivo, nas vias respiratórias, nos vasos sangüíneos e nos órgãos do sistema urogenital.

As células alongadas, plurinucleadas compõe o tecido muscular estriado. Os músculos esqueléticos apresentam contrações rápidas e voluntárias. Esses músculos envolvem as vísceras e a locomoção. O tecido muscular estriado esquelético é constituído por várias fibras com estrias transversais, o que faz dele o tipo muscular considerado para a compreensão do funcionamento dos músculos.

O tecido muscular estriado cardíaco tem contração rápida, involuntária e rítmica; é composto de células uninucleadas. No citoplasma dessas células encontram-se
miofibrilas produzindo discos claros e escuros. Esse tecido constitui o músculo do coração.

Fibras Musculares

Ø Fibras de contração lenta: tipo I / oxidativas lentas

Características:

  • Muitas enzimas oxidativas;
  • Muitas mitocôndrias;
  • Concentração de mioglobina elevada;
  • Grande capilarização;
  • Capacidade aeróbica elevada;
  • Alta resistência à fadiga.

Ø Fibras de contração rápida: tipo II (II a e II b) / glicolíticas.

Características:

  • Número pequeno de mitocôndrias;
  • Pouco resistentes à fadiga;
  • Grande quantidade de enzimas glicolíticas;
  • Grande capacidade anaeróbica.

Tipo II a

  • Fibras oxidativas rápidas / fibras intermediárias;
  • Resistência à fadiga: apresenta menor resistência quando comparada ao tipo I e maior quando comparada ao tipo II b;
  • São adaptáveis ao treinamento.

Tipo II b

  • Fibras glicolíticas rápidas;
  • Maior capacidade anaeróbica;
  • Atividade elevada da miosina ATPase;
  • Maior velocidade de contração.

Vias metabólicas

Ø Anaeróbica alática (ATP – CP)

O ATP estocado no músculo em pequenas quantidades é depledado rapidamente e decomposto em ADP + P. Em resposta, a creatina fosfato (CP) que também é estocada no músculo é decomposta em C + P. A energia liberada é utilizada para a ressíntese de ADP + P em ATP. Este sistema pode suprir demandas energéticas em um tempo entre 8 à 10 segundos e o tempo de recuperação varia de 3 à 5 minutos. Principal fonte de energia para realização de atividades rápidas e explosivas.

Ø Anaeróbica lática (glicogênio)

O glicogênio armazenado no músculo e fígado é degradado liberando, assim, energia para ressíntese de ATP a partir de ADP + P. Devido à ausência de O2 durante a degradação do glicogênio é produzido o ácido lático. Quando um exercício de alta intensidade é prolongado, grandes quantidades de ácido lático são acumuladas no músculo causando fadiga e paralisação do exercício. Este sistema pode suprir demandas energéticas por até 40 segundos e a recuperação varia entre 15 minutos e 2 horas.

Ø Aeróbica (glicogênio e gorduras)

O glicogênio é degradado na presença de O2, produzindo pouco ou nenhum ácido lático, capacitando o atleta a continuar o exercício. Esse sistema requer de 60 a 80 segundos a fim de produzir energia para a ressíntese de ATP. O metabolismo aeróbico é fonte primária de energia para atividades que duram de 2 minutos a 2-3 horas. O trabalho acima de 2-3 horas pode resultar na degradação de ácidos graxos e proteínas com a finalidade de restaurar o estoques de ATP. A degradação de glicogênio, ácidos graxos e proteínas produz os co-produtos CO2 e H2O que são eliminados na respiração e sudorese. A recuperação ocorre de 2 a 3 dias.

Um potencial de ação trafega ao longo de um motoneurônio até suas terminações nas fibras musculares; esse potencial promove a abertura dos canais de cálcio; ao entrar para o terminal axônico esses íons ativam a exocitose das vesículas de acetilcolina. Essa acetilcolina atua na junção neuromuscular, abrindo numerosos canais acetilcolina – dependentes dentro de moléculas protéicas na membrana da fibra muscular. A abertura dos canais nicotínicos possibilita também a entrada de íons sódio, isso gera a despolarização da membrana. Os íons sódio passam pelos túbulos T que liberam cálcio do retículo sarcoplasmático para as miofibrilas. Os íons cálcio provocam grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, promovendo a contração.do a contraçm grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, promove

Processo da contração muscular

EXCITAÇÃO

  • Impulso nervoso chega à junção neuromuscular;
  • Liberação do neurotransmissor na fenda sináptica (acetilcolina);
  • Potencial de ação na placa motora;
  • Despolarização da membrana;
  • Transmissão do potencial de ação pelos túbulos T;
  • Liberação de cálcio no sarcoplasma pelo retículo plasmático (cisternas terminais).

CONTRAÇÃO

  • Ligação do cálcio com a troponina;
  • Liberação dos sítios de ligação da ACTINA;
  • Estabelecimento da “ligação forte” entre actina e miosina;
  • Movimento da cabeça de miosina (ATP);
  • Encurtamento muscular.

RELAXAMENTO

  • Ausência de impulso nervoso;
  • Retorno do cálcio para o retículo sarcoplasmático (bombas de cálcio -ATP)
  • Troponina x cálcio = tropomiosina sobre os sítios de ligação da Actina;
  • Estabelecimento de uma ligação fraca (ATP).

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Variáveis básicas do treinamento de força

    Texto: Juliana gonçalves - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

    Período de descanso entre as sessões:

A quantidade de descanso exigida entre as sessões de treinamento irá depender da capacidade de recuperação do indivíduo. Três treinamentos por semana alternados permitem uma recuperação adequada principalmente para iniciantes. A partir da progressão em tolerar mais sessões de exercícios de força a freqüência pode ser aumentada. Quatro dias de treinos sucessivos por semana com três dias de recuperação permitem resultados satisfatórios, pois haverá a dosagem nos treinos evitando assim um super-treinamento e dores musculares. Atletas de elite podem ser capazes e possuem a necessidade de uma frequência maior que 5 treinos semanais devido aos objetivos de performance.

    Cargas utilizadas (intensidade):

A carga utilizada para um exercício específico é provavelmente a variável mais importante no treinamento de força. Quando se planeja um programa de treinamento de força, deve ser escolhida uma carga para cada exercício, através do uso de %1RM (não muito prático devido ao tempo exigido para o teste), zona alvo RM (permite mudança de cargas para permanecer na zona-alvo), gráficos ou fórmulas preditivas. Cargas de 6 ou menos RM têm melhor efeito nas medidas de força e potência. Cargas de 20 RM ou mais mostram efeitos maiores nas medidas de resistência e força. Quanto mais próximo a 100% RM existe a diminuição do número de repetições.

    Força Máxima:

Grandes objetivos devem ser enfatizados no início da sessão. Escolhem-se exercícios com padrões específicos de movimentos e ações musculares necessárias. As cargas são geralmente pesadas em torno de 6 RM, os períodos de descanso são moderados a longos >2min., influenciados pelo peso a ser levantado (quanto maior a intensidade maior o período de recuperação). O número de séries corresponde a moderado-alto (4-10) para grandes grupos e baixo-moderado (1 a 3) para pequenos grupos.

    Força Rápida:

Os exercícios a serem enfatizados são realizados no início da sessão. A escolha dos exercícios e o padrão de movimento para desenvolver a força rápida são relacionados aos movimentos multiarticulares. As cargas são de altas intensidades <10>2 min.). O número de séries corresponde a moderado-alto (4-10) para grandes grupos e baixo-moderado (1 a 3) para pequenos grupos.

    Resistência de Força:

Baixa intensidade (12 a 20 RM). Períodos de descanso moderados entre as séries e exercícios 2-3 min. para séries de muitas repetições (> 20) e períodos curtos de descanso 30-60s pra séries de menos repetições (12-19). O número de séries é moderado (2 a 3).

    Hipertrofia:

Grande variedade de exercícios ou padrões de movimento, incluindo exercícios de isolamento, principalmente ações concêntricas e excêntricas. A intensidade varia de alta-moderada (6-12 RM) podendo ser mais alto o número de repetições especialmente com superséries. Os períodos de descanso entre as séries devem ser curtos (<1,5> 3).

    Periodização clássica da força:

Este modelo divide um programa de treinamento em cinco mesociclos, sendo caracterizado por iniciar o treinamento com um alto volume de exercícios de baixa intensidade. Durante cada um dos mesociclos seguintes o volume de exercício é diminuído e a intensidade ou carga aumentada.

- Fase da Hipertrofia: Exercícios de alto volume e baixa carga, para aumentar a tolerância aos exercícios de força e aumentar a massa muscular.

- Fases de Força e Potência: Produzir aumentos em força e potências máximas.

- Fase de Pico: Aumentar o pico de força e potência para competição (diminuição do volume para compensar as cargas pesadas).

- Fase de Transição: Treinamento de força de baixo volume e de baixa intensidade ou outra atividade física leve, para permitir a recuperação dos treinamentos anteriores (físico e psicológico).

    Treinamento de força rápida:

Utilização preferencialmente de pesos livre para fortalecer todos os músculos envolvidos no movimento; possibilitar a realização dinâmica adequada do movimento (velocidade) e estabilizar a articulação (ativação de proprioceptores);

    Treinamento Isométrico:

O método isométrico, ou estático, utiliza tensões máximas ou submáximas com durações de 5 a 10 segundos. Desenvolvendo de 3 a 10 tensões musculares para diferentes ângulos do movimento com intervalos de 1 a 3 minutos entre cada tensão.

As vantagens podem vir da possibilidade de direcionamento do treino para um ângulo da articulação em determinado grupo muscular, ou da possibilidade de aumento da força rápida; a simples execução; o grande índice de aumento de força; e ainda é adequado principalmente para reabilitação.

As desvantagens, não favorecem o desenvolvimento da coordenação dos movimentos, monotonia, rápida estagnação da força, não favorece a capilarização muscular e quando aplicado a grandes grupos musculares causa elevada pressão respiratória.

    Sistemas de treinamento de força:

  • Sistema de séries múltiplas: Consiste em duas ou três séries de aquecimento com cargas sucessivas maiores, seguidas por várias séries com a mesma carga.
  • Sistema de séries simples: Execução de cada exercício em uma série.
  • Sistema de volume: Sistema de séries múltiplas com três séries de cinco a seis repetições por exercício.
  • Sistema de Roubada: Popular entre os fisiculturistas e consiste em “roubar” ou romper a forma estrita de um exercício.
  • Sistema de exaustão: Séries de exaustão, ou seja, executar tantas repetições quanto possível com a técnica adequada até que ocorra uma falha concêntrica momentânea.
  • Sistema de repetição forçada: Depois da exaustão, os assistentes ajudam o atleta levantando a carga apenas o suficiente para que realiza mais 3 ou 4 repetições.
  • Sistema de “queima”: Extensão do sistema de séries até a exaustão, podendo ser utilizado em qualquer outro sistema. Depois de se executar uma série até a falha concêntrica momentânea, executam-se repetições incompletas.
  • Sistema de circuito: Consiste em uma série de exercícios de treinamento de força executados um após o outro com no mínimo de descanso (15 a 30s) entre eles.
  • Sistema de ação periférica do coração: Uma sessão de treinamento é dividida em várias sequencias. Uma sequencia é um grupo de 4 a 6 exercícios diferentes, cada um para uma parte diferente do corpo.
  • Sistema triplo: Envolve grupos ou sequencias de exercícios, consiste em grupos de 3 exercícios para a mesma parte do corpo, são executados com pouco ou nenhum descanso.
  • Sistema de séries alternadas: Desenvolver hipertrofia, pode ser usado tampem para desenvolver resistência muscular localizada.
  • Sistema de progressão dupla: A carga é mantida constante enquanto o número de repetições por séries é aumentado até que se atinja um número especificado de repetições. A carga é então aumentada e o número de repetições é diminuído até que seja igual ao número inicial. Repetindo o processo.
  • Flushing: Execução de dois ou mais exercícios para o mesmo músculo ou para dois grupos musculares próximos. Manter o sangue no grupo ou grupos musculares por mais tempo.
  • Sistema isométrico funcional: Executar uma ação concêntrica dinâmica em10,2 a 15,2 cm de um movimento, até que a carga atinja os pinos no alto de um suporte de pesos.
  • Sistema piramidal crescente: Progressão de cargas leves para pesadas.
  • Sistema piramidal decrescente: Após um aquecimento, executa-se a série mais pesada diminuindo-se a carga para cada série subseqüente.
  • Sistema de peso múltiplos: Remoção de pesos múltiplos durante a realização do treino.
  • Sistema negativo: Abaixar mais peso do que pode ser levantado na fase concêntrica da repetição.
  • Sistema de supersobrecarga: É um tipo de treinamento com pesos negativos, são executadas repetições parciais usando-se 125% do peso de 1 RM.
  • Sistema de pausa: Uso de cargas quase máximas para repetições múltiplas, isto é possibilitado pelo descanso de 10 a 15s entre as repetições.
  • Sistema parcelado: Execução de vários exercícios para a mesma parte do corpo, com objetivo de hipertrofia, constando em treinar várias partes do corpo em dias alternados, ou em parcelas.
  • Programa blitz: Treino de apenas uma parte do corpo por sessão, sem haver redução da duração, assim mais séries ou exercícios para uma parte específica do corpo são executadas.
  • Sistema de exercício isolado: Dedicação da sessão de treinamento a um único exercício.
  • Sistema de superbomba: Os fisiculturistas de alto nível precisam fazer 15 a 18 séries para cada parte do corpo por sessão de treinamento para obter o desenvolvimento muscular desejado, executam-se de um a três exercícios por grupo muscular cada sessão.
  • Sistema de superséries: Dois sistemas distintos:

    - Várias séries de dois exercícios para os músculos agonistas e antagonistas.

    - Uma série de vários exercícios em rápida sucessão para o mesmo grupo muscular.

  • Sistema superlento: Envolve a execução de repetições muito lentas variando-se de 20 a 60s por repetições.

    Questões administrativas:

    É de suma importância levar em consideração as questões administrativas para promover um programa que realmente funcione e traga para os clientes resultados satisfatórios visando à concretização de estímulos para os exercícios sem que gere a estes comprometimentos por limitações de equipamentos tempo e espaço. As questões administrativas são:

  • Disponibilidade de equipamentos
  • Número de alunos/atletas
  • Disponibilidade de espaço
  • Disponibilidade de tempo
  • Aspectos de segurança

terça-feira, 16 de junho de 2009

Treinamento de força

Texto: Poliane Oliveira- Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Força é a capacidade de superação da resistência externa e de contra-ação a esta resistência, por meio dos esforços musculares. As variáveis que interferem no treinamento de força, são mais complexas que as variáveis que interferem no treinamento de resistência. O treinamento de força acarreta vários benefícios, entre estes benefícios se encontra a qualidade de vida e saúde, redução de risco de doenças, melhoria da atividade de vida diária, tratamento não medicamentoso de doenças, rendimento esportivo, estética e benefícios psicológicos. O treinamento de força tem sido recomendado não só para atletas e para a estética, mas também para a promoção de saúde e qualidade de vida de jovens, idosos, hipertensos e cardiopatas.

Treinamento de força se classifica em força máxima, que representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária; força máxima subdivide-se em força máxima estática, maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária, contra uma resistência insuperável e força máxima dinâmica, maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária no desenvolvimento do movimento. Alguns fatores da força máxima foram citados, entre estes fatores se encontram a secção transversal do músculo, tipo de fibra muscular, coordenação intramuscular: freqüência de estimulação e recrutamento de unidades motoras, coordenação intermuscular, fontes energéticas e motivação. Existe também a Força Rápida, que segundo Bompa, é a capacidade que o sistema neuromuscular possui para superar resistências com a maior velocidade de contração possível; e segundo Weineck, é a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo ou parte dele (braços, pernas) ou ainda objetos (bolas, pesos, esferas, discos) com uma velocidade máxima. Foi citado também fatores da força rápida, como programa temporal mais rápido, força máxima, secção transversal do músculo, percentual de fibras rápidas, velocidade de contração das fibras rápidas e fontes energéticas. Já a Resistência de força, é a capacidade do organismo a resistir à fadiga, em caso de performance de força de longa duração. Os fatores citados da resistência de força foram: força máxima, secção transversal do músculo, tipo de fibra muscular, coordenação intramuscular e fontes energéticas.

Além dessas classificações de força, existem formas especiais de força, pois a razão entre peso corporal e força tem uma conseqüência importante, permitindo comparações entre atletas individuais, indicando se cada um deles tem a capacidade de desempenhar certas tarefas. A força absoluta I, força máxima + força de reserva, força absoluta II, força independente do peso corporal e a força relativa, força dependente do peso corporal.

Existem relações entre força e outras capacidades motoras, como por exemplo, na relação força e resistência, o treinamento de força é positivo para o treinamento de resistência, já o treinamento de resistência interfere negativamente no treinamento de força. Já a relação força e velocidade, passam a ser fundamental. Entre força e flexibilidade, existe uma relação positiva. E entre força e capacidades coordenativas, também existe uma relação positiva.

Um gráfico foi apresentado sobre adaptações ao treinamento de força, observando-se, que com um treinamento de força bem feito, vai ocorrendo assim uma melhoria no treinamento. O aumento da força muscular ocorre devido a adaptações neurais e musculares advindas do treinamento de força adequado.

Durante a fase inicial do treinamento, alterações neurais, como aumento do número de unidades motoras recrutadas, aumento da freqüência de disparo do motoneurônio e aumento do sincronismo intramuscular são responsáveis pelo aumento de força muscular. Após esta etapa, o ganho de força muscular ocorre, principalmente, devido a modificações estruturais no miócito. Alterações intra-sarcolemais decorrentes do aumento da tensão causado pelo exercício de força promovem rompimento de algumas proteínas estruturais do sarcômero, responsáveis pela manutenção estrutural da linha Z. Tais alterações, juntamente com a influência de hormônios específicos, estimulam a síntese protéica dentro da célula, resultando num aumento de sarcômeros em paralelo intra-miofibrilar. Uma resposta a este aumento da densidade miofibrilar é a divisão da miofibrila em duas ou mais. Além disso, o treinamento de força promove aumento da densidade e do volume do retículo sarcoplasmático com o objetivo de dar suporte à célula hipertrofiada. A hipertrofia constitui-se no aumento do diâmetro do miócito decorrente do aumento da densidade e número de miofibrilas na célula muscular, sendo observada com maior freqüência em fibras do tipo II a devido ao seu limiar de excitabilidade estar próximo ao “limiar de hipertrofia”.

Em resumo, o aumento da força muscular ocorre devido às adaptações neurais e musculares decorrente do treinamento de força.

Seguidores