quarta-feira, 24 de junho de 2009

Revisão: sistema neuromuscular

Texto: Carolina Morais - Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

O tecido muscular é uma parte do corpo humano que apresenta a contratibilidade como característica essencial, ou seja, quando submetido a um estímulo suas células encurtam-se. As células do tecido muscular têm origem mesodérmica e apresentam uma membrana, um citoplasma fundamental e um ou vários núcleos.Existem três variedades de tecido muscular: tecido muscular liso, tecido muscular estriado esquelético, tecido muscular estriado cardíaco.

O tecido muscular liso é formado por células alongadas fusiformes, uninucleadas, contendo no citoplasma miofibrilas muito finas. Apresenta contrações lentas e involuntárias e é encontrado nas paredes do tubo digestivo, nas vias respiratórias, nos vasos sangüíneos e nos órgãos do sistema urogenital.

As células alongadas, plurinucleadas compõe o tecido muscular estriado. Os músculos esqueléticos apresentam contrações rápidas e voluntárias. Esses músculos envolvem as vísceras e a locomoção. O tecido muscular estriado esquelético é constituído por várias fibras com estrias transversais, o que faz dele o tipo muscular considerado para a compreensão do funcionamento dos músculos.

O tecido muscular estriado cardíaco tem contração rápida, involuntária e rítmica; é composto de células uninucleadas. No citoplasma dessas células encontram-se
miofibrilas produzindo discos claros e escuros. Esse tecido constitui o músculo do coração.

Fibras Musculares

Ø Fibras de contração lenta: tipo I / oxidativas lentas

Características:

  • Muitas enzimas oxidativas;
  • Muitas mitocôndrias;
  • Concentração de mioglobina elevada;
  • Grande capilarização;
  • Capacidade aeróbica elevada;
  • Alta resistência à fadiga.

Ø Fibras de contração rápida: tipo II (II a e II b) / glicolíticas.

Características:

  • Número pequeno de mitocôndrias;
  • Pouco resistentes à fadiga;
  • Grande quantidade de enzimas glicolíticas;
  • Grande capacidade anaeróbica.

Tipo II a

  • Fibras oxidativas rápidas / fibras intermediárias;
  • Resistência à fadiga: apresenta menor resistência quando comparada ao tipo I e maior quando comparada ao tipo II b;
  • São adaptáveis ao treinamento.

Tipo II b

  • Fibras glicolíticas rápidas;
  • Maior capacidade anaeróbica;
  • Atividade elevada da miosina ATPase;
  • Maior velocidade de contração.

Vias metabólicas

Ø Anaeróbica alática (ATP – CP)

O ATP estocado no músculo em pequenas quantidades é depledado rapidamente e decomposto em ADP + P. Em resposta, a creatina fosfato (CP) que também é estocada no músculo é decomposta em C + P. A energia liberada é utilizada para a ressíntese de ADP + P em ATP. Este sistema pode suprir demandas energéticas em um tempo entre 8 à 10 segundos e o tempo de recuperação varia de 3 à 5 minutos. Principal fonte de energia para realização de atividades rápidas e explosivas.

Ø Anaeróbica lática (glicogênio)

O glicogênio armazenado no músculo e fígado é degradado liberando, assim, energia para ressíntese de ATP a partir de ADP + P. Devido à ausência de O2 durante a degradação do glicogênio é produzido o ácido lático. Quando um exercício de alta intensidade é prolongado, grandes quantidades de ácido lático são acumuladas no músculo causando fadiga e paralisação do exercício. Este sistema pode suprir demandas energéticas por até 40 segundos e a recuperação varia entre 15 minutos e 2 horas.

Ø Aeróbica (glicogênio e gorduras)

O glicogênio é degradado na presença de O2, produzindo pouco ou nenhum ácido lático, capacitando o atleta a continuar o exercício. Esse sistema requer de 60 a 80 segundos a fim de produzir energia para a ressíntese de ATP. O metabolismo aeróbico é fonte primária de energia para atividades que duram de 2 minutos a 2-3 horas. O trabalho acima de 2-3 horas pode resultar na degradação de ácidos graxos e proteínas com a finalidade de restaurar o estoques de ATP. A degradação de glicogênio, ácidos graxos e proteínas produz os co-produtos CO2 e H2O que são eliminados na respiração e sudorese. A recuperação ocorre de 2 a 3 dias.

Um potencial de ação trafega ao longo de um motoneurônio até suas terminações nas fibras musculares; esse potencial promove a abertura dos canais de cálcio; ao entrar para o terminal axônico esses íons ativam a exocitose das vesículas de acetilcolina. Essa acetilcolina atua na junção neuromuscular, abrindo numerosos canais acetilcolina – dependentes dentro de moléculas protéicas na membrana da fibra muscular. A abertura dos canais nicotínicos possibilita também a entrada de íons sódio, isso gera a despolarização da membrana. Os íons sódio passam pelos túbulos T que liberam cálcio do retículo sarcoplasmático para as miofibrilas. Os íons cálcio provocam grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, promovendo a contração.do a contraçm grandes forças atrativas entre os filamentos de actina e miosina, fazendo com que eles deslizem entre si, promove

Processo da contração muscular

EXCITAÇÃO

  • Impulso nervoso chega à junção neuromuscular;
  • Liberação do neurotransmissor na fenda sináptica (acetilcolina);
  • Potencial de ação na placa motora;
  • Despolarização da membrana;
  • Transmissão do potencial de ação pelos túbulos T;
  • Liberação de cálcio no sarcoplasma pelo retículo plasmático (cisternas terminais).

CONTRAÇÃO

  • Ligação do cálcio com a troponina;
  • Liberação dos sítios de ligação da ACTINA;
  • Estabelecimento da “ligação forte” entre actina e miosina;
  • Movimento da cabeça de miosina (ATP);
  • Encurtamento muscular.

RELAXAMENTO

  • Ausência de impulso nervoso;
  • Retorno do cálcio para o retículo sarcoplasmático (bombas de cálcio -ATP)
  • Troponina x cálcio = tropomiosina sobre os sítios de ligação da Actina;
  • Estabelecimento de uma ligação fraca (ATP).

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