terça-feira, 16 de junho de 2009

Treinamento de força

Texto: Poliane Oliveira- Aluna do 6º período do Curso de Educação Física da UFVJM

Força é a capacidade de superação da resistência externa e de contra-ação a esta resistência, por meio dos esforços musculares. As variáveis que interferem no treinamento de força, são mais complexas que as variáveis que interferem no treinamento de resistência. O treinamento de força acarreta vários benefícios, entre estes benefícios se encontra a qualidade de vida e saúde, redução de risco de doenças, melhoria da atividade de vida diária, tratamento não medicamentoso de doenças, rendimento esportivo, estética e benefícios psicológicos. O treinamento de força tem sido recomendado não só para atletas e para a estética, mas também para a promoção de saúde e qualidade de vida de jovens, idosos, hipertensos e cardiopatas.

Treinamento de força se classifica em força máxima, que representa a maior força disponível, que o sistema neuromuscular pode mobilizar através de uma contração máxima voluntária; força máxima subdivide-se em força máxima estática, maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária, contra uma resistência insuperável e força máxima dinâmica, maior força que o sistema neuromuscular pode realizar por contração voluntária no desenvolvimento do movimento. Alguns fatores da força máxima foram citados, entre estes fatores se encontram a secção transversal do músculo, tipo de fibra muscular, coordenação intramuscular: freqüência de estimulação e recrutamento de unidades motoras, coordenação intermuscular, fontes energéticas e motivação. Existe também a Força Rápida, que segundo Bompa, é a capacidade que o sistema neuromuscular possui para superar resistências com a maior velocidade de contração possível; e segundo Weineck, é a capacidade do sistema neuromuscular de movimentar o corpo ou parte dele (braços, pernas) ou ainda objetos (bolas, pesos, esferas, discos) com uma velocidade máxima. Foi citado também fatores da força rápida, como programa temporal mais rápido, força máxima, secção transversal do músculo, percentual de fibras rápidas, velocidade de contração das fibras rápidas e fontes energéticas. Já a Resistência de força, é a capacidade do organismo a resistir à fadiga, em caso de performance de força de longa duração. Os fatores citados da resistência de força foram: força máxima, secção transversal do músculo, tipo de fibra muscular, coordenação intramuscular e fontes energéticas.

Além dessas classificações de força, existem formas especiais de força, pois a razão entre peso corporal e força tem uma conseqüência importante, permitindo comparações entre atletas individuais, indicando se cada um deles tem a capacidade de desempenhar certas tarefas. A força absoluta I, força máxima + força de reserva, força absoluta II, força independente do peso corporal e a força relativa, força dependente do peso corporal.

Existem relações entre força e outras capacidades motoras, como por exemplo, na relação força e resistência, o treinamento de força é positivo para o treinamento de resistência, já o treinamento de resistência interfere negativamente no treinamento de força. Já a relação força e velocidade, passam a ser fundamental. Entre força e flexibilidade, existe uma relação positiva. E entre força e capacidades coordenativas, também existe uma relação positiva.

Um gráfico foi apresentado sobre adaptações ao treinamento de força, observando-se, que com um treinamento de força bem feito, vai ocorrendo assim uma melhoria no treinamento. O aumento da força muscular ocorre devido a adaptações neurais e musculares advindas do treinamento de força adequado.

Durante a fase inicial do treinamento, alterações neurais, como aumento do número de unidades motoras recrutadas, aumento da freqüência de disparo do motoneurônio e aumento do sincronismo intramuscular são responsáveis pelo aumento de força muscular. Após esta etapa, o ganho de força muscular ocorre, principalmente, devido a modificações estruturais no miócito. Alterações intra-sarcolemais decorrentes do aumento da tensão causado pelo exercício de força promovem rompimento de algumas proteínas estruturais do sarcômero, responsáveis pela manutenção estrutural da linha Z. Tais alterações, juntamente com a influência de hormônios específicos, estimulam a síntese protéica dentro da célula, resultando num aumento de sarcômeros em paralelo intra-miofibrilar. Uma resposta a este aumento da densidade miofibrilar é a divisão da miofibrila em duas ou mais. Além disso, o treinamento de força promove aumento da densidade e do volume do retículo sarcoplasmático com o objetivo de dar suporte à célula hipertrofiada. A hipertrofia constitui-se no aumento do diâmetro do miócito decorrente do aumento da densidade e número de miofibrilas na célula muscular, sendo observada com maior freqüência em fibras do tipo II a devido ao seu limiar de excitabilidade estar próximo ao “limiar de hipertrofia”.

Em resumo, o aumento da força muscular ocorre devido às adaptações neurais e musculares decorrente do treinamento de força.

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